Todos os Los Angelenos sabem que a sua cidade nunca terá a sofisticação de Paris, nem a riqueza de Londres, mas todos eles afirmam viver na cidade mais rica em diversão dos EUA, senão até de todo o mundo.

L.A. foi e sempre será a minha casa. Vivi aqui durante 28 anos que passaram como um relâmpago. Peter tratava-me bem e a nossa vida foi uma diversão sem tréguas!!!

Passei os meus dias em passeios ao longo das praias entre Santa Mónica , Torrance e a endinheirada Malibu.

Rolar ao longo da Pacific Coast Highway  foi das coisas mais bonitas que me poderiam acontecer.

Não sei se se acreditam em mim, mas fui eu que levei o Peter a ver a entrega dos Academy Awards de 1975. Foi inesquecível. “One Flew Over the Cuckoo's Nest” , (lembram-se?), conseguiu a proeza de receber todos os Academy Awards nas 5 mais importantes categorias. Façanha essa que só viria a ser repetida por ”The Silence of the Lambs “ em 1991.

Jack Nicholson não podia ter feito melhor.

Onde vivem as estrelas...

Quando via os turistas a chegar, reparava que eles muitas vezes confundiam Hollywood com Beverly Hills. Muitos chegavam a Hollywood esperando encontrar uma cidade cheia de brilho, estrelas de cinema, caros restaurantes, gigantescas mansões e áreas de comércio caras. Ficavam naturalmente muito desiludidos, pois Hollywood é tudo menos “glamorous”. A verdadeira “Hollywood” é um estado de alma, não um sítio.

Claro, em Beverly Hills!!!

E era justamente em Beverly Hills que ficava a minha casa. Por isso toda a gente na Europa me trata por “Miss Beverly”.

Beverly Hills é acima de tudo uma pequena cidade para os mais afortunados composta por vivendas, shops, restaurantes… Não há hospital nem cemitério…, nem nada que faça lembrar os seus residents da sua perecidade. Quem mora em Beverly Hills é belo, rico, saudável e talvez imortal.

Diz-se de um ponto de vista técnico que em Beverly Hills ninguém nasce, nem morre.

É um sítio para os mais ricos poderem viver com conforto e ir às compras ou jantar nos seus tempos livres. Nas suas ruas rematadas por árvores perfeitamente alinhadas, pode ver-se a maior concentração por m2 de deslumbrantes limousines e os mais belos Cadillacs de todo o globo.

Mesmo as bocas de incêndio em Beverly Hills são pintadas numa estonteante cor  prateada.

Também é um sítio onde os ricos se podem sentir seguros. A sua polícia orgulha-se de ser capaz de atender qualquer chamada em menos de um minuto. E sabem que mais? Um Cadillac é mesmo uma elemento do quotidiano. É que quando a polícia vê um carro de menor qualidade, o dono desse carro vai ser mesmo obrigado a para e a mostrar a sua identificação. E se pensarmos em termos de passeios a pé, NO WAY! Aí a polícia faz com que os pedestres se sintam de facto como intrusos e sejam rapidamente afastados da zona!!!

É assim a vida!

(Mas sabem, aqui há na mesma casas de penhores como em qualquer outra cidade americana, só que em vez de se penhorarem torradeiras ou televisores, empenham-se Mercedes e Ferraris!Ah! Ah!)

A propósito, a cidade gêmea de Beverly Hills é nem mais nem menos do que Cannes em França. Esta era fácil de ver, não era?

O meu passeio favorito era o do triângulo dourado “The Golden Triangle” que não é senão o enclave formado por Santa Mónica Boulevard a noroeste, Wilshire Boulevard a sul e Canon Drive a leste. No meio do ouro deste triângulo fica Rodeo Drive onde tantas vezes vezes levei Peter às compras. Em algumas lojas pediam-lhe reserva antecipada de visita e era fácil deixar em algumas delas cerca de US$100.000 por visita!!!

Seja como fôr, com todos os prós e contras Beverly Hills é inegavelmente uma zona bonita e charmosa com as suas lojas sofisticadas, vivendas no valor de multimilhões, árvores altíssimas e relvados que parece que acabaram de sair da manicure.

Mesmo só de visita, Beverly Hills é capaz de fazer elevar o espírito!